Lançado ao mar o Alpha Delphini, o segundo navio oceanográfico da USP

O Brasil finalmente conta com navios oceanográficos à altura das necessidades de pesquisa da Amazônia Azul, os 4,5 milhões de km2 dos nossos mares territoriais e zonas econômicas exclusivas.

Depois da compra, reforma e incorporação do Alpha Crucis em maio do ano passado, foi lançado ao mar nesta semana –  e já realizou seu primeiro teste de mar, por 3 horas, ao largo de Fortaleza –  o Alpha Delphini, o segundo navio do Instituto Oceanográfico da USP.

As duas embarcações se complementam. Com seus 64 metros de comprimento, autonomia de até 40 dias e equipamentos para pesquisas em até 6 mil metros de profundidade, o Alpha Crucis é demasiadamente sofisticado e caro para pesquisas costeiras.

É ai que entra o Alpha Delphini, um navio bem menor, com 28 metros de comprimento, autonomia de 15 dias e capaz de realizar pesquisas em profundidades em até 200 metros. Em compensação, claro, tem um custo operacional bem menor, o que faz dele um navio oceanográfico ideal para operar na faixa das 200 milhas da costa brasileira.

O Alpha Delphini foi integralmente construído no Brasil, pelo estaleiro Inace, no Ceará, ao custo e R$ 5 milhões, incluindo equipamentos, enquanto o Alpha Crucis teve um preço final perto dos R$22 milhões, financiados com recursos  da FAPESP e da Universidade de São Paulo.

“Sem navio não se faz oceanografia”, resume o professor do IO Rolf Roland Weber, responsável pelo projeto do Alpha Delphini.  A expectativa agora é que,  com embarcações modernas e equipadas como os nossos Alphas, a pesquisa oceanográfica brasileira finalmente dê o salto de qualidade que o país necessita.