Desde o início da nossa aventura sobre as águas, lendas e superstições sobre
monstros marinhos gigantescos povoam a imaginação humana e provocam um misto de fascínio e pavor
entre marinheiros e as gentes do mar.
Do bíblico Leviatã, o mais poderoso dos
monstros aquáticos (ele mesmo uma encarnação
do Demônio no Antigo Testamento), à lula que imobiliza o submarino Nautilus, do célebre Capitão Nemo de
Julio Verne, são séculos de histórias
de dragões, sereias e serpentes a apavorar navegantes e servir de
assunto nas longas noites no mar.
Agora, um pouco da megafauna marinha conhecida, que no passado certamente inspirou este universo de fantasias, acaba de ser minuciosamente medida.Um grupo de cientistas do National Evolutionary Synthesis Center, da Universidade da Carolina do Norte, EUA, realizou a gigantesca tarefa de consolidar dados e informações existentes em centenas de registros e arquivos, (alguns com mais de 200 anos), para precisar exatamente o tamanho dos maiores exemplares já encontrados das espécies que compõem a megafauna marinha (veja gráfico ao lado).
No topo da escala está uma água-viva-juba-de-leão (Cyanea capillata), com nada menos que 36,6m de comprimento. Mas foi registrado, por exemplo, um caranguejo japonês com 3,7m, um pacífico tubarão-baleia com 18,8 m, uma raia jamanta com 7,0 m – seres desconhecidos, capazes de inspirar pavor e turvar as mentes como a do navegador português Duarte Pacheco Pereira, possível descobridor do Brasil antes de Cabral.
O gráfico é do jornal El Pais e o estudo completo está disponível em https://peerj.com/articles/715